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Você já fez a sua retrospectiva?

Vamos lá, responda agora: o que você fez na noite de 12 de janeiro deste ano? Tudo bem, não lembra. E em fevereiro? Provavelmente também já esqueceu. Março, quem sabe? Talvez de junho você recorde, por ser o mês do Dia dos Namorados, tornando mais fácil puxar da memória o que fez ou como se sentiu.
Agora reflita: como espera fazer uma avaliação em um único dia, de meses inteiros de que mal se lembra e de sentimentos que, às vezes, nem nomeou?
Provavelmente, só restaram na memória grandes alegrias e, como é da natureza humana, uma avalanche de momentos tristes pelos quais você se culpa. Parte disso por sentir que errou ou porque se vê com os olhos de julgamento dos outros.
Perceba como essa prática, que se tornou cultural, precisa ser repensada. Nas empresas, os resultados são avaliados em escalas. Há análises semanais, quinzenais, mensais, trimestrais, semestrais e, por fim, anuais. Esse processo dá clareza sobre as ações, os resultados e as melhorias necessárias. Porque houve autoanálise.
Retrospectivas semanais são mais eficientes
É doloroso aplicar isso na vida pessoal. Eu mesmo achava difícil no início, mas sei que, sem olhar para dentro, nada se realiza – apenas se sonha. Sonhamos com a pessoa que gostaríamos de ser e com tudo o que gostaríamos de conquistar.
E fazer essa retrospectiva apenas uma vez por ano é cruel. Porque você vai lembrar com facilidade do dia em que respondeu rispidamente a alguém importante, mas talvez não se recorde com a mesma precisão dos momentos em que quis ser duro, mas optou pelo silêncio, num esforço hercúleo que sequer foi celebrado internamente com a mesma intensidade com que você se martiriza pelos insucessos.
Assim, na balança da vida, você tende a se ver mais como um fracasso do que como alguém em progresso.
Um desejo de sucesso na sua retrospectiva
Que, neste fim de ano, a sua grande decisão seja ser uma pessoa mais amorosa e acolhedora consigo mesma. No início, será penoso e cansativo.
Mas a grande vantagem é que, nesse momento, não haverá colegas invejosos ou um chefe cobrando metas absurdas. Será apenas você e seu coração.
Que o ano novo traga não apenas um novo tempo, mas também uma nova maneira de encará-lo com mais afeto e gentileza.
Fonte: Rossandro Klinjey / Vida Simples
ROSSANDRO KLINJEY (@rossandroklinjey) é psicólogo, escritor, palestrante, cofundador da Educa (educa.rossandroklinjey). Escreve para a revista Vida Simples mensalmente. Na Egotrip as turbulências são passageiras.