Carreira
Transição de carreira na maturidade: é sempre possível mudar!
Quais os desafios de transição de carreira para mulheres após os 40 anos e, especialmente os 50?
O maior desafio, sem dúvida, são as manifestações de etarismo no trabalho, especialmente para quem busca uma vaga, um emprego na iniciativa privada. Infelizmente, apesar de 26% da população brasileira ter 50 anos de idade ou mais (e a maioria são mulheres), segundo dados do último Censo (2022), as empresas possuem cerca de 2 a 5% de trabalhadores 50+. Aquelas que têm boas taxas, não passam de 10%. Infelizmente, o que se vê são demissões de pessoas mais velhas ou a não contratação em função dos estereótipos negativos perpetuado nas culturas societais e organizacionais em relação às pessoas maduras. E, para completar, o etarismo exacerba o machismo. Por isso, as mulheres sofrem mais com o fenômeno.
O que mulheres na maturidade devem fazer para não desanimar, achando que “o tempo passou”?
Essa crença de que o “tempo passou”, ou “estou velha pra isso” expressam o etarismo autodirigido, e devemos combatê-lo, quebrando essas crenças disfuncionais e se mantendo atualizada neste mercado que se transforma de maneira veloz. Assim, recomendo:
- Esteja aberta a aprender continuamente, realizando pós ou cursos de menor duração para o aprimoramento de competências técnicas, comportamentais e/ou tecnológicas;
- Estude inglês, ou outro idioma de maior destaque no seu segmento;
- Não reproduza falas etaristas para si ou para os outros. A nossa idade cronológica não define nossas competências, mas sim nossas escolhas ao longo da carreira.
Para o mercado, quais as vantagens de absorver profissionais na maturidade?
As empresas deveriam contratar as mulheres 50+ ou qualquer outro grupo minorizado para promover a responsabilidade social e ponto. Mas, bem, além desse dever, há diversos estudos baseados em evidências que revelam que a diversidade multigeracional aumenta os níveis de criatividade e inovação das empresas, melhora o clima de cooperação (quando há práticas de inclusão), reduz a rotatividade e, consequentemente, melhora o bem-estar e a produtividade.
Redatora: Maíra Valério
Colaboradora: Juliana Seidl é psicóloga, doutora em Psicologia Social e do Trabalho, orientadora de carreira e idealizadora da Longeva (@longevapsi)