Trabalho x Vida pessoal: Como evitar o esgotamento mental
Manter o equilíbrio diante de uma rotina agitada é uma tarefa desafiadora, mas é a única maneira de preservar a saúde física e mental. Saiba o que dizem os especialistas!
A mulher moderna brasileira vive um dos maiores picos de ansiedade de toda a história. Este fato se comprova diante de uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association (ISMA-BR) que aponta o Brasil como o segundo país com o maior número de pessoas afetadas pela Síndrome de Burnout (esgotamento físico, emocional e mental devido à resposta prolongada a situações de estresse no trabalho). “Conquistamos o direito do trabalho remunerado, mas ainda continuamos incumbidas de cuidar da casa, da educação dos filhos, dos pais idosos que requerem atenção, etc. Outra dificuldade consiste em manter alguém que possa nos ajudar nesse ‘trabalho extra’, pois é preciso administrar a casa, pagar justamente por esse serviço, e, mesmo assim, ainda sobra o que fazer”, ressalta Marta Costa, psicóloga e psicanalista.
Viver por tempo prolongado neste estado de alerta, afastada do descanso e do lazer, pode trazer uma série de consequências negativas para a saúde da mulher, além de sentimentos de culpa, desconexão e insatisfação nas relações interpessoais. “Dores no corpo, desânimo, falta de vontade de sair da cama pela manhã, falta de apetite ou fome compulsiva, choro incomum e constante, enfim, os sintomas são inúmeros e muito subjetivos. Precisamos olhar para isso com muito cuidado e acolhimento, senão acabamos por estigmatizar ainda mais a mulher”, explica Marta.
A saída para evitar este esgotamento é encontrar equilíbrio, pois sem saúde as atividades ficarão prejudicadas. Não existe uma receita de bolo, cada mulher deve procurar entender o seu limite, mas lembrando que pequenas mudanças diárias podem fazer a diferença. Alguns exemplos são: estabelecer horários específicos para o trabalho, reservar um momento do dia para fazer algo que goste, se dar uma massagem relaxante de presente, fazer meditação, se desconectar do celular, ficar em contato com a natureza, fazer uma atividade física e, principalmente, aprender a estabelecer limites e aceitar que nem sempre tudo vai sair conforme o planejado.
De acordo com a psicóloga e psicanalista, nós ainda temos um longo percurso a trilhar para entender que podemos e devemos evitar o esgotamento. “É preciso falarmos mais e mais sobre isso, sem tabu, sem preconceito. Procurar ajuda psicológica, médica e nutricional pode ajudar e muito nos sintomas, sendo aliados imprescindíveis no autocuidado e no acesso à nossa subjetividade. E, com isso, encontrar cada uma, a seu modo, do seu jeito, o limite de como percorrer o seu caminho”, conclui.
Tudo bem não estar bem e não dar conta de tudo, ninguém consegue ser forte o tempo todo! O importante é reconhecer, cuidar de si e buscar ajuda quando necessário.
Redatora: Ingrid Arrais Cruz Colaboradora: Marta Costa - Psicóloga e Psicanalista