Família

Relacionamentos após os 50 anos: Os desafios que ninguém te conta

Estigmas sociais e mudanças hormonais permeiam a sexualidade de mulheres 50+, que buscam a felicidade amorosa.
De repente, no auge dos 50 anos, a mulher se encontra questionando a vida ao som de “Epitáfio”, dos Titãs, especialmente naquela parte que diz: “Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o sol nascer. Devia ter arriscado mais, e até errado mais, ter feito o que eu queria fazer”.

Com aquele gostinho nostálgico do final da juventude, agora, com maturidade, essa letra faz ainda mais sentido, não é verdade? Afinal, muitas vezes essa mulher já conquistou sua independência financeira, já amou outras vezes, aprendeu e agora busca apenas a sorte de um amor tranquilo, assim como Cazuza!
Mas fica o questionamento: como é viver esse amor depois dos 50 anos?
A psicóloga Lingiara Silva afirma que a bagagem de vida de cada pessoa influencia significativamente seus relacionamentos. Experiências anteriores moldam expectativas, podendo tornar alguém mais exigente ou inseguro. No entanto, essas vivências também proporcionam autoconhecimento, permitindo à pessoa ter clareza sobre suas necessidades e desejos em um relacionamento.

Quando questionada sobre se existe alguma diferença na forma como homens e mulheres se relacionam, ela afirma: “Nós enfrentamos uma questão cultural que pode, sim, influenciar o comportamento de muitas pessoas que desejam se relacionar após os 50 anos. As mulheres foram muito pressionadas a manter um relacionamento com uma única pessoa ao longo da vida, e isso pode gerar algumas crenças e até dificuldades para se relacionar novamente, resultando em sentimentos de solidão e angústia”.

Ainda assim, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de mulheres com mais de 50 anos que se casaram formalmente quase dobrou de 2007 a 2017 – foi de 3,3% para 5,9% do total de noivas, e esse número só aumenta! O que denota que essa faixa etária está em busca de felicidade na vida amorosa, apesar dos empecilhos sociais.

“As mulheres foram muito pressionadas a manter um relacionamento com uma única pessoa ao longo da vida, e isso pode gerar algumas crenças e até dificuldades para se relacionar novamente, resultando em sentimentos de solidão e angústia.”


Sexo após os 50 anos: o que muda?
Nesta fase da vida, é comum que as mulheres experimentem quedas nos níveis hormonais, especialmente do estrogênio, o que pode resultar em ondas de calor e suores excessivos durante a noite.

Isso, por sua vez, contribui para noites de sono de baixa qualidade e diminuição do desejo sexual. A falta desses hormônios também pode levar à secura vaginal, tornando as relações sexuais desconfortáveis.

Dicas para manter o desejo e a vida sexual saudável:
  1. Pratique exercícios e incorpore atividades prazerosas à sua rotina diária.
  2. Hoje em dia, existem muitos procedimentos que ajudam na questão da atrofia vaginal (ressecamento), entre eles está o laser íntimo. Procure a sua ginecologista para obter mais informações.
  3. Invista em preliminares, pois o corpo é sensível ao toque, especialmente o clitóris, responsável pelo prazer sexual e orgasmo. Aproximadamente 80-85% das mulheres conseguem atingir o clímax com esse tipo de estímulo.
  4. Experimente coisas novas com o seu parceiro, pois isso ajuda a quebrar a rotina e a animar as coisas.
  5. Mantenha uma comunicação aberta com o seu parceiro, compreendendo as preferências de ambos. Isso só é possível através do diálogo.
  6. Por último, mas não menos importante, continue nos acompanhando aqui no Bloom You. Estamos sempre trazendo conteúdos atualizados para auxiliar você, mulher, nessa jornada. Continuamos juntas!

Redatora: Micaela Gianello
Colaboradora: Lingiara Silva, psicóloga e terapeuta de casais
https://www.instagram.com/psicologa_lingiara/