Saúde

Qual a melhor opção para o tratamento da obesidade: Mounjaro ou Ozempic?

As medicações criadas inicialmente para o controle glicêmico ganharam uma nova funcionalidade e apresentam bons resultados na perda de peso.
Ainda que a princípio tenham sido desenvolvidas para o controle do diabetes tipo II por estimularem a secreção de insulina e o equilíbrio da glicemia, as canetas estilo Ozempic, Victoza, Saxenda, Wegovy, Trulicity e, mais recentemente, Mounjaro, se consolidaram mesmo foi no tratamento da obesidade.

Por apresentarem ação similar a alguns hormônios presentes no intestino que agem diretamente no centro da fome, diminuindo o apetite, lentificando o esvaziamento do estômago e aumentando a saciedade, os dispositivos foram aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para serem utilizados de forma off label, facilitando a perda de peso.
Porém, alcançar seus resultados não é tão simples quanto parece. De acordo com o Dr. Gabriel Almeida, especialista em cirurgia geral e no tratamento da obesidade, o paciente precisa unir a terapêutica medicamentosa a mudanças no estilo de vida para obter os efeitos esperados.

“A obesidade é uma doença multifatorial, então, seu tratamento exige a inclusão de diversas estratégias para surtir resultado. Mudanças nos hábitos de vida, como uma dieta mais equilibrada e a prática de atividades físicas, isoladamente, podem falhar a longo prazo. Por isso, precisamos apostar também no uso de medicamentos que potencializam a queima de gordura, a diminuição da absorção de carboidratos e a redução da resistência insulínica”, comenta ele.

E a escolha ideal para cada caso deve ser feita após uma avaliação médica precisa, já que os dispositivos possuem diferenças significativas em relação aos resultados, efeitos colaterais e princípios ativos.

Enquanto o Ozempic (nome comercial da substância semaglutida) simula a ação de apenas um hormônio intestinal, chamado de GLP1, o Mounjaro (nome comercial da substância tirzepatida) imita a reação de dois, o GLP1 e o GIP, fazendo com que este tenha um resultado mais potente para o emagrecimento.

“O Ozempic entrega uma perda de peso de aproximadamente 14,9% em 68 semanas de uso. Essa redução, com o passar do tempo, se estabiliza, fazendo com que após a 104ª semana o paciente tenha perdido somente mais 2%, totalizando 15,1%. Com o Mounjaro é diferente. A medicação proporciona um emagrecimento de 26,6% já na 84ª semana. É quase o dobro do resultado”, esclarece o especialista.

No entanto, como nem tudo é um mar de rosas, os pacientes devem ficar atentos aos efeitos adversos. Estima-se que sensação de enjoo, vômitos, diarreia e prisão de ventre estejam entre os principais sintomas relatados por quem faz uso dessas substâncias. Por isso, o especialista não indica o uso de forma indiscriminada, sem orientação prévia. “É importante lembrar que ambas as medicações possuem efeitos colaterais e, por isso, precisam ser recomendadas por um profissional da saúde para melhor entrega e bem-estar do paciente”, finaliza ele.

Redatora: Brenda Braga
Colaborador: Dr. Gabriel Almeida, cirurgião geral especialista no tratamento da obesidade
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