Saúde
Os olhos aos 50: todo ponto de vista é a vista de um ponto

1) Presbiopia – vista cansada
Do mesmo jeito que já temos alguns fios de cabelo branco a partir dos 40 anos, todas nós também começaremos a ter dificuldade de enxergar de perto. O braço fica ‘curto’ e precisamos começar a afastar os objetos para enxergar melhor e ajustar o foco. Aos 50, a grande maioria das mulheres convive com este problema, que pode ser resolvido com óculos multifocal, lentes de contato ou cirurgia. O primeiro multifocal pode ser um desafio, temos que ‘ensinar’ os olhos a enxergar através das lentes progressivas. Alguns pacientes podem se beneficiar de técnicas de lente de contato que ajustam o foco de um olho para longe e do outro olho para perto, diminuindo a necessidade do uso de óculos. Também há óculos especiais para fazermos maquiagem.
2) Excesso de pele na pálpebra – dermatocálase
Muitas vezes, o excesso na pele da pálpebra cai por cima do olho e atrapalha a observação do sulco palpebral (a dobrinha do olho) e também a realização de maquiagem. Isso nos deixa com uma aparência cansada. Não existe uma idade mínima ou adequada para a cirurgia da pálpebra. Se há excesso de pele, a cirurgia pode ser benéfica para as pacientes, como eu... Aos 50, fazemos a cirurgia para melhorarmos a aparência cansada.
3) Mas e a catarata, o glaucoma e a degeneração da mácula?
Apesar de sempre precisarmos manter vigilância para estas condições, a grande maioria (85%) delas acontece após os 65 anos. A consulta anual com oftalmologista é capaz de determinar se há um maior risco e propor o intervalo de acompanhamento adequado.

Heloisa Nascimento, MD, PhD
- Chefe do Setor de Uveítes da UNIFESP (2012-2019)
- Rede Talentos da Saúde Fundação Lemann
- Membro do Programa de Jovens Lideranças da ANM - Academia Nacional de Medicina
- Membro do IUSG (International Uveitis Study Group)
- Presidente da SBU - Sociedade Brasileira de Uveítes (2022-2023)