Saúde

Mulheres também têm calvície? Entenda a alopecia androgenética

Segundo dermatologista, doença afeta cerca de 6% do público feminino e está diretamente ligada a fatores genéticos e mudanças hormonais. Condição não tem cura, mas existem tratamentos que buscam controlar e minimizar seus efeitos a longo prazo
O tema da calvície esteve em alta nas últimas semanas por conta do reality show Casamento às Cegas. A condição pode representar um problema para muitas pessoas e, embora seja mais comum em homens, pode também afetar as mulheres.

Enquanto entre o público masculino a queda dos cabelos se concentra no topo da cabeça, a perda das madeixas nas mulheres apresenta características diferentes. No caso delas, com o passar do tempo, os fios ficam mais ralos e perdem densidade, até que param de crescer ou começam a cair, tornando o couro cabeludo mais aparente.

A calvície feminina se chama alopecia androgênica feminina. É uma doença que provoca afinamento dos fios e uma rarefação, que vai progredindo ao longo dos anos. A queda se distribui de forma mais difusa. Nos homens, vão sendo formadas as "entradas" e eles podem ficar totalmente sem cabelo - explica a dermatologista Analupe Webber, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Secção RS (SBD-RS).

De acordo com a especialista, a alopecia androgênica ou alopecia androgenética feminina afeta cerca de 6% das mulheres e está ligada a fatores genéticos e mudanças hormonais. Apesar de poder se manifestar na adolescência, é comum que se intensifique a partir dos 50 anos. Existem fatores que podem piorar a condição, como, por exemplo, a chegada da menopausa e o uso de suplementação com hormônios masculinos, como testosterona, e de medicamentos andrógenos, incluindo alguns tipos de anticoncepcionais.

Tratamento
A calvície feminina não tem cura, mas é possível controlá-la e minimizar seus efeitos. A orientação da médica Analupe Webber é procurar um dermatologista assim que perceber queda de cabelo ou afinamento dos fios, principalmente se houver histórico familiar da doença.

Tem pessoas que vêm quando o cabelo já está muito ralo. Se a pessoa sabe que a avó, a mãe ou outras pessoas da família sofrem com alopecia androgênica, ela pode procurar o dermatologista antes de desenvolver os sintomas - orienta.

A especialista afirma que o tratamento envolve medicamentos vasodilatadores em formulações tópicas, orais ou injetáveis. Há também a possibilidade de utilizar antiandrógenos, que são neutralizadores de hormônios masculinos, além de lasers e sessões de microagulhamento.

Nem toda queda de cabelo é sinônimo de calvície. Às vezes, a perda dos fios é provocada por anemia, falta de vitaminas ou por outros tipos de alopecia. A dermatologista aponta que é essencial procurar um especialista para que ele possa indicar o tratamento mais adequado.

"O cabelo é a moldura do rosto"
Kérols Uszacki é hair designer, terapeuta capilar e trabalha com mulheres que sofrem com a doença. Ela ressalta que a calvície feminina não envolve apenas o viés estético, uma vez que impacta a autoestima. 

O cabelo é a moldura do rosto. Já trabalhei em casos de pessoas que não se importavam com o cabelo rarefeito. Mas a maioria das mulheres entre 35 e 50 anos não quer ficar sem cabelo. Então, elas sentem que esse cuidado (no salão de beleza) é uma esperança. - A profissional explica que um fio saudável começa com um couro cabeludo saudável. Junto ao tratamento dermatológico, existem técnicas terapêuticas, como massagens, lasers e aplicação de produtos cosmecêuticos, que podem auxiliar. 

Quanto antes for tratado, maiores as chances de resultados melhores - frisa ela.

A profissional explica que são adotadas estratégias para esconder falhas e disfarçar características que possam causar desconforto nas mulheres. Por exemplo, a partir da análise de caso a caso, podem ser feitos cortes específicos, como franjas. 

Se o cabelo está com uma rarefação frontal, podemos deixar mais curto. Indicamos ainda produtos específicos para estilizar o cabelo que está muito fino. Além de mousse ou xampu para dar volume - acrescenta. 

Fonte: Carolina Dill (Donna/Gazeta Gaúcha)