Carreira
Maitê Proença: uma mulher de muitos talentos

“Os anos passam e o corpo sente. Em vez de me entregar às dores e mazelas, eu me exercito, faço respirações que elevam o humor, medito, me alimento muito bem e faço concessões quando o grau de prazer justifica o deslize, digo não quando acho bobagem ou perda de tempo, e sigo um dia após o outro”, revela.
A literatura é a maneira que encontrou para lidar com suas vivências e tragédias pessoais. Seus livros “Uma Vida Inventada” e “O Pior de Mim” revisitam sua trajetória e dramas, como o assassinato da mãe e o suicídio do pai, mas sem autopiedade – coisa que Maitê detesta. “Que diferença isso faz no mundo?”, indaga. Já o teatro é onde ela canaliza suas opiniões e emoções.

Nascida em São Paulo e criada em Campinas, a artista escolheu o Rio de Janeiro como sua casa, mesmo com a temporada na capital paulista. Um dos motivos é seu amor pela natureza, que ela considera abundante e encantadora na cidade maravilhosa. Mas o principal é porque sua família – filha, genro e netas – vive lá. “A vida é curta demais para a gente se apartar daqueles que mais ama”, diz.
Acostumada a grandes plateias e o grande sucesso de público da época em que atuava em novelas, Maitê diz que não é uma pessoa de multidões e que, cada vez mais, se entende bem sozinha. “Nas ocasiões em que sofri de solidão, não dei grande importância, porque de fato não tem. Há sempre um livro para ser escrito, uma casa para arrumar, uma música linda pra gente dançar e cantar”.

Enquanto Maitê faz fisioterapia, a pequena tem aulas de natação no mesmo lugar. Depois, elas seguem para uma programação com muitas artes em casa. “Gosto da parte manual, faço artesanalmente todos os produtos de limpeza de casa, são mais eco friendly, de material biodegradável. Se não fosse atriz e escritora, seria química”, confidencia. Quando não está trabalhando ou transformando embalagens em arte, Maitê lê bastante e escuta muito podcast.