Arte e Entretenimento
Dicas em NY: Paul McCartney e Hiroshige no Brooklyn Museum, por Manoela Ferreira
É uma exposição imersiva que oferece um raro vislumbre do fenômeno da “beatlemania” por meio das lentes do próprio ex-beatle Paul McCartney. A exibição vai até 18 de agosto de 2024, na Iris and B. Gerald Cantor Gallery, e apresenta mais de 250 fotografias tiradas por McCartney durante a primeira turnê dos Beatles nos Estados Unidos. Essas imagens capturam a atmosfera elétrica da cidade de Nova York nos anos 60 e o fervor em torno da banda enquanto eles ascendiam ao estrelato global.
As fotografias, recentemente descobertas nos arquivos de McCartney, proporcionam uma visão íntima das experiências da banda, desde a agenda agitada da turnê até momentos espontâneos compartilhados entre os membros—John Lennon, George Harrison e Ringo Starr. Complementadas por clipes de vídeo e materiais de arquivo, a exposição não apenas destaca o olhar artístico de McCartney, mas também serve como um documento pessoal e histórico de um período crucial na história da música.“Na década de 60, ele fotografou muito as turnês, quando eles estavam no auge da carreira, explodindo. Ele achou no arquivo dele fotografias da época da Beatlemania mesmo. Achei super legal o ponto de vista dele, mostrando a intimidade, os momentos, no avião, quando eles estavam relax na piscina. Mostra bastante a turnê deles nos Estados Unidos, são fotos muito bacanas”, indica Manoela.
Pela primeira vez em 24 anos, a série “Hiroshige’s 100 Famous Views of Edo” – um dos maiores tesouros do Brooklyn Museum – retorna à exibição pública. O conjunto completo dessas celebradas gravuras se mantém preservado e vibrante, após anos guardado na escuridão. A série é uma viagem a uma Tóquio do século XIX (então conhecida como Edo), mostrando paisagens e locais da época.
Publicado originalmente entre 1856 e 1858, o conjunto de gravuras captura a paisagem socioeconômica e ambiental em evolução da cidade que se tornaria Tóquio. Por meio das gravuras e de objetos complementares retirados da coleção do museu, é possível mergulhar na Edo do meio do século XIX e ver a cidade pelos olhos das pessoas comuns que povoaram os cenários de Hiroshige. Todas as quatro estações estão presentes em cenas de piqueniques sob as cerejeiras, tempestades de verão, folhas de bordo caindo e crepúsculos de inverno. A exposição também inclui fotografias modernas para mostrar como as cenas de Hiroshige se transformaram na Tóquio de hoje.
O artista Takashi Murakami (nascido em Tóquio, Japão, em 1962) leva as vistas de Hiroshige a um reino mais fantástico com um conjunto de suas próprias pinturas. Criadas em resposta direta às cem gravuras, essas obras nos convidam a reconsiderar o mundo de Hiroshige e suas contribuições para a história da arte global.
“O jeito que Hiroshige fazia as gravuras, era sempre com um ângulo diferenciado. Foram vendidas, na época, todas as edições que ele fez dessas cem, muitas se perderam ao longo dos anos, e o museu do Brooklyn tem esse set que ficou guardado por muito tempo. É uma viagem histórica”, comenta Manoela.
Ambas as exposições ficam em cartaz até agosto, no Brooklyn Museum. Mais informações em brooklynmuseum.org.
Formada em Administração de Empresas pela FAAP, Manoela atuou no mercado financeiro por 15 anos. Estuda e pesquisa história da arte, tendo realizado cursos em ampla diversidade temática no Brasil e exterior. Tem um interesse especial pela arte contemporânea, sendo também colecionadora. Realiza pesquisas constantes em grandes exposições como Bienal de Veneza, Documenta de Kassel, e feiras internacionais como Frieze NY, ZONA MACO (CDMX, México), entre outras.
É patrona da Pinacoteca do Estado de São Paulo e apoiadora de outros museus em São Paulo e em Nova York, como MASP e MOMA.
Instagram: @lets.in.art