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Descubra 4 joalherias brasileiras que mesclam luxo, criatividade e toques regionais

Distante da ostentação, o mercado de joias no Brasil surge com uma cena de designers cheios de novas ideias, oferecendo um toque de luxo e um sentimento de pertencimento à sua vida
O apreço por um universo surge da intimidade, onde memórias afetivas se materializam de formas diversas e a personalidade começa a se formar. Assim como a paixão pela gastronomia ou pela música que acompanha os altos e baixos da vida, a joalheria ocupa um lugar especial e crescente. Esses itens de luxo não apenas destacam sua imponente matéria-prima, mas também servem como símbolos de afeto e conexão entre gerações.

Uma pesquisa da consultoria Bain mostra que o setor cresce a todo vapor ao identificar que, 27% do faturamento do mercado de luxo em 2023, cerca de R$ 18 bilhões, corresponde a compras de joias e relógios. O estudo também indica um futuro aquecido com a previsão do segmento bater o faturamento anual de R$ 150 bilhões até 2030. Com um cenário nacional promissor, perguntas como "o que tem feito os olhos desses consumidores brilharem?" rondam ateliês Brasil adentro, que recorrem a inovações em materiais, experiência do cliente e identidade para construir relevância e toque autoral.

Conheça quatro marcas comandadas por mulheres e que buscam encontrar os diferenciais da joalheria brasileira contemporânea:

Menos é mais

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Aquela máxima de "poucos e bons" se aplica em diversas áreas da vida da designer Mariana Giusburg, mente e mãos por trás da joalheria batizada com o seu nome, em 2018, quando saiu do papel. Especializada em joias pela Central Saint Martins, em Londres, a carioca terminou a primeira graduação em design de moda pendendo mais para o lado dos acessórios do que das roupas. O toque sutil que os detalhes podem agregar ao visual foi um empurrão para a marca autoral nascer. "Identifico meu estilo criativo como minimalismo de impacto. É difícil as peças passarem despercebidas, mas o foco continua em um design mais limpo, com linhas livres e formas diversas", conta Mariana, que segue com uma produção sob demanda e artesãos de pequeno porte somando ao processo. A ideia é reduzir as consequências ao meio ambiente e intensificar o laço da marca com as clientes.

Conheça mais em: marianagiusburg.com.

Colado na pele

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Uma mudança de comportamento que as gerações mais novas estão provocando no mundo das joias é a expansão do seu lugar de uso. Para além da formalidade de casamentos e afins, elas provam que a joia também cabe no casual. "A mesma combinação de brincos e piercings que uso em um evento de noite me acompanha na academia", deixa como exemplo Paola Leal, fundadora do negócio que leva o sobrenome da família, ao lado da mãe, Patricia. As cariocas deram os primeiros passos com a marca na pandemia de forma despretensiosa, seguindo paixão antiga pelo universo. "Joia era um hobby da minha mãe, que virou uma área de estudo dela e depois um negócio nosso. Em 2018, criei um perfil no Instagram e logotipo, e juntamos o cuidado dela pelo acabamento com a minha ideia de joalheria para o dia a dia, afinal é uma forma de expressão pessoal, quase uma extensão da pele", diz Paola sobre a chave para definir a autenticidade da marca. "Essa metáfora me levou até o náilon, já que as pedras poderiam ficar em contato direto com o corpo. Encontramos uma linha que suporta uma tonelada, por sinal mais resistente do que a própria corrente de ouro." A busca pela joalheria tête-à-tête cravou o segundo pilar da Leal: os piercings. 

Conheça mais em: lealjoias.com.br.

Regionalidade

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A vida no interior do estado do Amazonas aguçou a sensibilidade de Rita de Cássia Mendonça, ourives à frente da marca de bio joias Rita Prossi, há 30 anos. "Sou ribeirinha, descendente de povos originários e cresci vendo meu pai construir barcos e esculpir madeira. Essas coisas ficaram na memória e centralizaram a biodiversidade no meu trabalho", define a joalheira, que mescla ouro, prata e pedras com materiais regionais, como a fibra de arumã e a semente de açaí. O repertório ancestral foi agregado às especializações que a designer fez ao redor do Brasil, uma intersecção pioneira que levou suas joias para acervos de museus — Pinacoteca de São Paulo e National American Indian, em Nova York, são alguns deles —, e ao Vaticano, quando ela presenteou o papa João Paulo II com uma cruz de ouro e fibra de arumã.

Conheça mais em: ritaprossi.com

Formas naturais

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Honra, prestígio e confiança são eixos que o sociólogo Pierre Bourdieu conferiu ao conceito batizado por ele como capital simbólico, que seria uma forma de entender a posição que as pessoas ocupam na sociedade. Para a designer Vívian Ramos, o prazer do seu trabalho se dá quando uma mulher fortalece esses pilares de empoderamento ao usar uma de suas joias. "Noventa e nove por cento dos clientes são mulheres, brancas, pretas, indígenas, gordas, que, inclusive, nos procuram por conta do design ajustável para diversos tamanhos. Elas se sentem valorizadas com esses detalhes e a possibilidade de se presentear com uma joia", afirma sobre a Zâmbia, criada em 2017. Após anos trabalhando como estilista de marcas de acessórios e roupas, a designer se debruçou nas formas orgânicas da natureza para encontrar o tom da marca autoral e, com isso, engatou hits no portfólio da joalheria, como a choker Mel e as pedras coloridas, a exemplo da ametista e do quartzo verde. "A construção das peças e campanhas passam pelo contexto da natureza para exaltar a essência da mulher brasileira e também posicionar a comunidade negra em um lugar de nobreza, que nem sempre é respeitada em espaços de luxo", considera a empresária.

Conheça mais em: zambiabrand.com.br

Fonte: Ana Carolina Pinheiro / Glamour