Relacionamentos

Construindo pontes: como melhorar a comunicação em relacionamentos pessoais

Psicóloga aborda estratégias práticas para fortalecer laços e cultivar uma comunicação mais efetiva em relacionamentos familiares, íntimos e de amizades.
Melhorar a comunicação em relacionamentos íntimos, familiares e de amizades requer práticas conscientes. Acima de tudo, ouvir é algo essencial para compreender as necessidades do outro, ser clara e honesta ao expressar seus sentimentos, cultivando empatia para fortalecer os laços afetivos.

De acordo com a psicóloga Gizele Cordeiro, o papel da comunicação afetiva tanto no contexto pessoal quanto no profissional, principalmente para as mulheres, se baseia em adquirir autoconhecimento das suas próprias necessidades, para que consiga expressá-las de maneira assertiva.
“Percebo que uma comunicação afetiva cria conexão com a comunidade e promove a mediação de conflitos, e isso se dá através de um grande processo de autoconhecimento e empatia, gerando o bem comum e a busca de soluções a partir das diferenças e da humanização nas relações”, comenta a especialista.

Hoje vivendo na Espanha, durante sua prática clínica a psicóloga observou alguns padrões de comunicação em mulheres que buscaram atendimento para melhorar seus relacionamentos pessoais. “Você já falou algo e alguém entendeu de maneira totalmente diferente? Ou então, começa a falar e antes que termine o outro reage com falas de julgamentos e críticas deduzindo o final do assunto sem ao menos terminar de te ouvir? Este é um padrão que é natural do nosso cérebro: ele não consegue suportar ‘buracos’ de informações, tende a fechar cenários”, relata Gizele.

Ela afirma, ainda, que a comunicação é uma necessidade básica do indivíduo, tudo que fazemos está comunicando algo de alguma maneira. Nesse sentido, a especialista destaca como a terapia pode ser útil: “O processo de psicoterapia oferece um espaço seguro para que você perceba suas crenças, como foram construídas suas dinâmicas familiares, íntimas e de amizade e inclusive ajuda a identificar padrões não saudáveis que afetam, hoje, suas relações.”

Gizele prossegue falando da importância do autoconhecimento na comunicação interpessoal: “O autoconhecimento é fundamental para mediar as relações de maneira saudável, mas principalmente sentir-se bem consigo mesma e cuidar da principal relação: você com você”.

Para ela, o principal passo é desenvolver e melhorar seu diálogo interno, praticar a auto-observação para perceber quais sentimentos e emoções surgem e se repetem nas suas relações, bem como observar os padrões de comunicação reproduzidos. Assim, será possível conhecer mais a respeito de si mesma e entender quais são suas necessidades.

“Você não tem controle de como o outro se comunica, sobre como ele se sente ou sobre como ele se comporta, mas você tem controle sobre como você se comunica e como você reage e atua nas suas relações. A autorresponsabilidade é fundamental. Comece por onde você tem controle!”, conclui a psicóloga.

A autorresponsabilidade é fundamental. Comece por onde você tem controle!


Redatora: Laís Vasconcelos
Colaborador: Gizele Cordeiro, psicóloga especialista em comunicação
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