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Com mulheres à frente, azeite mineiro é um dos melhores do mundo

A produtora mineira de azeites Verolí entrou para a edição de 2025 do guia Flos Olei, a premiação mais prestigiada do mercado internacional oleícola, que, há 14 anos, seleciona os melhores azeites de oliva do mundo.
Além do Azeite Verolí, outras dez empresas brasileiras foram classificadas na Itália por um corpo técnico composto por azeitólogos de diversas regiões.

A mesma premiação foi editada pelos jornalistas e críticos italianos Marco Oreggia e Laura Marinelli, com o intuito de que importadores pudessem aproveitar a pontuação para realizar escolhas de produtos e fechar negociações comerciais.

Na regulamentação do guia Flos Olei, apenas os produtos que recebem nota acima de 80 pontos são incluídos na lista de classificação. No caso da Verolí, os azeites Blend e Koroneiki da Verolí conquistaram 86 pontos, destacando-se como a única marca de Minas Gerais a obter esse reconhecimento global, e isso ocorre pelo segundo ano consecutivo.

Junto a Veroli, também com 86 pontos, posicionou-se a Vinícola Essenza, de São Paulo. Já a maior pontuação entre as marcas brasileiras foi alcançada pela Fazenda do Azeite Sabiá, de São Paulo, e a Fazenda Prosperato, do Rio Grande do Sul, com 97 pontos.

“Este é o segundo ano consecutivo que enviamos amostras do nosso azeite, com seis garrafas, sendo três de cada variedade, que no caso, foram os exemplares da Koroneiki e da Blend”, pontua a sócia-proprietária da marca, Luana Mincoff.

Reconhecimento internacional é reflexo de alta qualidade
Ao contrário do vinho, o azeite não se beneficia do processo de envelhecimento; na verdade, ele deve ser consumido fresco para que sejam mantidas as suas propriedades e qualidades, conforme explica Luana Mincoff.

“Quando abrimos o nosso azeite, é possível sentir o cheiro de natureza, com notas de ervas, hortaliças e frutas, ou seja possui aroma e sabor. Normalmente azeites que percorrem longas distâncias e ficam armazenados em condições inadequadas podem apresentar alguns defeitos como oxidação, fermentação e ranço”.

Segundo ela, longos trajetos e armazenamento inadequado podem resultar em azeites oxidados e rançosos. “Acredito que tenhamos conquistado essa premiação porque produzimos um azeite de alta qualidade, desde o cultivo até a extração”, diz.

“É fundamental que a colheita e o processo de extração ocorram no mesmo dia. Por exemplo, se as azeitonas são colhidas aqui pela manhã, as mesmas já estão se transformando em azeite na hora do almoço. essa rapidez é fundamental para garantir o frescor e o sabor que azeites de alta qualidade devem ter”, detalha.
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Verolí registrou 22 toneladas de azeitonas neste exercício
Ao lado da mãe Vera Mincoff Menegon e da irmã Natasha Mincoff Menegon, que também comandam o negócio, Luana Mincoff Menegonconta que projeto de ter um olival começou a ganhar forma no início em 2016, ano em que foram adquiridas as terras onde hoje é o Sítio Olivais Alma da Mantiqueira, na Serra da Mantiqueira, bem no município mineiro de Sapucaí Mirim, ao Sul do Estado.

“No início, nós planejamos o cultivo de oliveiras, contando com o apoio de uma consultoria especializada, uma vez que essas plantas não são nativas de Minas Gerais, mas sim do Mediterrâneo”, relembra.

A colheita no olival ocorre anualmente no Hemisfério Sul entre os meses de janeiro e março. Em 2024, especificamente, a empresa colheu 22 toneladas do alimento, resultando em 2.200 litros de azeite.

Luana Mincoff explica que todos os produtos da marca são elaborados totalmente na Serra da Mantiqueira, desde o cultivo até o envase no olival Alma da Mantiqueira, localizado em uma área de proteção ambiental a altitudes que variam de 1.500 a 1.670 metros de altitude.

Ela conta que, devido ao relevo montanhoso da região, só realizam colheita manual. “Colhemos as azeitonas de forma cuidadosa. Elas são levadas ao lagar, área onde realizamos todo o processo de extração, engarrafamento, rotulagem e armazenamento. No Lagar as azeitonas são mantidas em sala de temperatura controlada, onde realizamos um controle de quantidade antes da extração. Isso nos permite controlar a qualidade e selecionar o tipo de azeite que queremos produzir”, diz.

Embora as perspectivas para o futuro sejam boas, ela conta que as mudanças climáticas têm desafiado a produção:

“Embora nosso olival ainda não seja totalmente adulto, temos grandes expectativas para o futuro. Contudo, a falta de chuvas e as altas temperaturas dos últimos meses têm trazido desafios. Este ano, observamos uma florada menor, e a próxima safra, que será no início do ano que vem, pode não ser tão boa quanto a desse ano”, lamenta Luana.

Veja a lista dos azeites brasileiros entre os melhores do mundo:
  • Fazenda do Azeite Sabiá (SP) – 97 pontos
  • Prosperato (RS) – 97
  • Estância das Oliveiras (RS) – 90
  • Azeite Bem te Vi (RS) – 89
  • Azeite Puro (RS) – 88
  • Oliq Azeite Extravirgem (SP) – 87
  • Azeite Verolí (MG) – 86
  • Vinícola Essenza (SP) – 86
  • Orfeu (SP) – 85
  • Al-Zait & Co. (RS) – 85
  • Olivas de Gramado (RS) – 85

Fonte: Dione  AS / Diário do Comércio