Saúde

Alice Walton abre uma escola de medicina com foco em cuidado integral

Aos 75 anos, Alice Walton, herdeira do Walmart e atualmente a mulher mais rica do mundo, decidiu investir sua fortuna e seu tempo em um projeto de longo prazo: formar médicas e médicos com excelência técnica e uma visão humana do cuidado. A Alice L. Walton School of Medicine abriu as portas em 14 de julho de 2025, na cidade natal da filantropa, Bentonville, Arkansas, recebendo a primeira turma de 48 estudantes. 



A proposta é clara. Unir ciência rigorosa a competências humanas como empatia, escuta, observação clínica e compreensão do contexto de vida do paciente. O currículo integra princípios de “whole health”, uma abordagem que considera fatores físicos, emocionais, comportamentais e sociais, além de incentivar práticas de autocuidado para quem cuida. As artes e humanidades fazem parte da formação para ampliar repertório, senso crítico e capacidade de conexão. 

O desenho acadêmico conversa com o espaço físico. O campus foi projetado para promover bem-estar, com jardins de cura, áreas de convivência, trilhas e conexão direta com o Crystal Bridges Museum of American Art. A paisagem inclui centenas de árvores novas e áreas verdes que também fornecem alimentos, reforçando a ideia de que nutrição, ambiente e saúde caminham juntos. 

No conteúdo, além das bases biomédicas e da prática clínica, há ênfase em nutrição, estilo de vida, saúde mental e atividade física, alinhadas ao objetivo de preparar profissionais para prevenir adoecimento e tratar pessoas de forma completa. 

A escola obteve acreditação preliminar do comitê que regula cursos de medicina nos Estados Unidos, o que permitiu iniciar o recrutamento da turma inaugural. Para ampliar acesso e diversidade, a instituição anunciou isenção de mensalidade para as cinco primeiras turmas. A procura foi alta e a taxa de admissão ficou abaixo de 3 por cento, sinal de interesse e competição acima da média.

Mais do que um prédio novo, o projeto sinaliza um movimento maior. Ao aproximar ciência, humanidades e políticas de promoção da saúde, a iniciativa tenta reposicionar a formação médica em direção ao cuidado integral, com impacto potencial em regiões historicamente menos atendidas. Para quem acompanha tendências em saúde, educação e filantropia, é um caso para observar de perto. Histórias assim lembram que visão de longo prazo e generosidade podem reconfigurar caminhos de cuidado e formar profissionais preparados para acolher corpo, mente e emoções.